Nas
palavras memoráveis de Elisa Lucinda e Carolina Maria de Jesus encontramos o
corpo da atriz Soraya Silva procurando pelo solo, pelo colo, pelo pouso, pelo
porto seguro de ser mulher, de ser negra e de ser pobre no Brasil (sem que nada
venha a lhe condenar). O espetáculo alerta, indica e aponta para a ferida das
diferenças sociais, e faz revelar uma heroína (sobrevivente) do povo, do alto
do morro, aclamada na melhor das rimas e versos. A dramaturgia de grande
relevância política, estética e social faz recordar histórias de meninas, mães,
madrinhas e mulheres. É memória que não se apaga, é defesa da raça, é voz
ressoando beleza através destes quentes olhos de café. Direção de Quiercles
Santana.
Curta Temporada
Teatro Hermilo Borba Filho
01 a 10 de maio
20 horas
Sextas, Sábados e Domingos
